quinta-feira, 21 de junho de 2012

Jogos de Autorretrato

Jogos são atividades muito interessantes para se trabalhar arte em sala de aula. As crianças se aproximam das obras, recebem informações, fazem leituras de imagem, aguçam a percepção, dentre muitas outras coisas. E o melhor, é que fazem tudo isso sem perceber.

Além de ser um ótimo recurso, a ideia de jogo é tão vasta que, de qualquer tema ou obra escolhido para ser trabalhado, é possível criar um joguinho.

Quando trabalhei o famoso e recorrente tema Retratos e Autorretratos, criei dois jogos, dos quais falarei a seguir.

O primeiro deles é sobre as idades da vida.

Xeroquei alguns, dos mais de 100 autorretratos feitos por Rembrandt durante sua vida, e fiz os cartões abaixo.


As crianças tinham que colocar os cartões em ordem cronológica, pensando nas características das pessoas em cada idade. Ao final, elas viam a sequência correta e quantos anos ele tinha em cada autorretrato destes.

Foi  muito interessante ver os aspectos que os chamavam a atenção e os argumentos para distinguir os autorretratos mais jovens dos mais velhos. Toda essa conversa, foi passível de minha intervenção, para instigá-los e orientá-los. Muito bacana.

Neste outro jogo, confeccionei cartões da mesma forma que o anterior, mas aqui, eu selecionei os autorretratos de acordo com categorias recorrentes a esta modalidade artística.


As categorias, no entanto, não foram feitas ao acaso. Me baseei na exposição Olhar e Ser Visto (retratos), ocorrida no Masp, que tratava do tema de forma bem acessível. As categorias eram: O retrato da pompa; O recurso à cena; Retratos Modernos e Desconstrução.

Apesar das imagens terem sido escolhidas mediante tais categorias,  no jogo, as crianças tinham como objetivo principal organizar as imagens por critérios criados por elas mesmas, diante de cerca de 16 imagens.

As aproximações que as crianças fizeram entre as imagens foram inimagináveis, associando cores, formas, tamanhos, vestimentas, expressões entre outros. E, de novo, cada conversa, cada opinião, cada percepção é passível de trocas e intervenção do professor.

Às vezes, ao final da aula, eu dizia quais eram as categorias que eu tinha utilizado para selecionar as imagens. Mas, outras vezes, não achava necessário.

O livro que eu indico é este, o mesmo que eu usei para selecionar as imagens. Como a capa já diz, há 500 autorretratos aí dentro.




domingo, 17 de junho de 2012

Exposição Alberto Giacometti - Educativo

Clube do Professor é um programa da Pinacoteca do Estado que, de tempos em tempos, realiza encontros de professores para discutir e trocar ideias, baseado nas exposições da Pinacoteca.

O último encontro foi inspirado na exposição de Alberto Giacometti, Coleção da Fondation Alberto et Annete Giacometti, Paris. Eu, particularmente, sempre gostei das obras de Giacometti. Ver-las ao vivo foi maravilhoso.


No encontro, houve  primeiramente uma discussão sobre o que é experiência e depois sobre leitura de imagem. Na sequência fomos visitar a exposição. Eu já havia a visitado antes mas é sempre bom ver de novo. E, por fim, foi proposto uma breve atividade.


Segue aqui os autores, e seus dizeres, que inspiraram a discussão.

O que é experiência?

Segundo Jorge Larrosa: "É preciso uma intenção forte do educador para que o aluno seja tocado por uma experiência." Ainda segundo ele, a qualidade da experiência dependeria de uma passividade do aluno ao receber o que o outro (professor) tem a oferecer.

Para John Dewey, se a pessoa não é tocada pela afetividade/emoção, não há vivência da experiência.


O que é leitura de imagem?

Segundo Analice Dutra Pillar , "interpretar é confiar em si mesmo, é revelar intuição, inteligência, imaginação e combiná-las com conceitos e observações realizadas. Enfim, é apropriar-se de uma imagem nem sentido próprio e especial."

Para Maria Helena W. Rossi, "não há leitura de imagem que não seja influenciada pela experiência de vida do leitor. Ao mesmo tempo, a leitura estética vai ampliar a leitura do mundo."


Como experiência poética, foi proposta a seguinte atividade. Nos ofereceram diversos cartões (cerca de 100) alguns com imagens das obras de Giacometti, outros com palavras. Tínhamos então que agrupar estes cartões seguindo qualquer critério, estabelecido pelo grupo.

 
 (A foto está horrível mas serve para ilustrar os cartões!)

 Esta é uma atividade que os educadores da Pinacoteca propõem aos grupos que visitam a exposição.

Achei interessante ver as inúmeras formas de organização dos cartões e também a quantidade de vocabulário contidas neles.

Acredito que, ampiando o repertório de palavras acabamos ampliando também nossa percepção e leitura de imagens, obras e de mundo, não é mesmo?!


sábado, 9 de junho de 2012

Tramas, Linhas e Fios - Parte IV

Pesquisando no site da Tate, achei esta atividade sobre a obra do artista Jim Lambie. Adorei a proposta e resolvi fazer com meus alunos dentro da nossa pesquisa sobre Linhas e suas possibilidades no espaço.

O artista Jim Lambie criou instalações em diferentes pisos usando fitas brilhantes de várias cores. Imersos em linhas, sua obra transforma completamente a forma e o espaço do local aonde está.





Mostrei as imagens às crianças e ofereci uma cartolina, diversas tiras de papel e tecido, além de durex colorido.

Falei para elas que, cada uma construiria um pedacinho de chão, e, ao final, colocaríamos todos eles na sala de música (pois era a única sala da escola em que não havia móveis).
Ao final, tivemos esta intervenção na sala.


Com este novo chão, as crianças tinham que tirar os sapatos para entrar na sala, andar, sentar e participar da aula. 
Elas adoraram o novo visual.